Próximo de
chegar aos oitenta anos, percebo que os primeiros setenta passaram de forma
muito rápida. Abro o álbum de fotografias e constato que todos os meus parentes
e melhores amigos já faleceram. Digo os melhores amigos, porque os melhores são
sempre os que já se foram e isto, por um simples motivo: não tenho mais como
revê-los. Passo em revista todos os cômodos da casa e concluam que as únicas
coisas que consegui amealhar com algum valor foram as experiências de vida. Que
ironia! Que tempo e com que disposição física terei eu para usar e me
beneficiar com tantas experiências adquiridas ao longo dos anos? Para que elas
irão me servir?
Quem
chega aos 77 anos sem que tenha bons momentos para recordar, é porque contou
tempo, mas não viveu. Felizmente, eu tenho inúmeros momentos interessantes e
não me importo que me chamem de saudosista. Desejo e espero que o leitor comece um novo ano com um breve sorriso.
Para isso, vou me reportar a um acontecimento verídico, ameno e jocoso ocorrido
na década de 80.