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‘ODE A UMA PARTE DA ANAT0MIA DA MULHER”
Por Angelo Romero (Academia Petropolitana de Letras)
 

      Estava eu desfolhando uma revista, quando me deparei com uma matéria que me instigou a escrever sobre o assunto. O título do artigo era: A VOLÚPIA COMO GUIA, e o subtítulo dizia: Acompanhamos um roteiro que passa pelas mais belas bundas do Louvre. Comentário à parte: “interessante a grafia da palavra bunda no computador – vem sublinhada de vermelho. Será que é pela mesma importância que dou a esta parte anatômica do corpo humano?” Mas, vamos ao artigo. A matéria, como se refere o título, focaliza as principais obras de arte do período renascentista. Entre pintores e escultores famosos o artigo cita: o pintor francês Eugène Delacroix, os escultores italianos Lorenzo Bartolini, Michelangelo e Antonio Canova, o holandês Adrien de Vries, o sueco Johan Tobias Sergel, o contemporâneo Robert Filliou e muitos outros. Num todo, são obras fabulosas que devem ser vistas, admiradas e preservadas, pois, se comparadas aos que os “críticos de arte” classificam como escultura as “obras atuais”, eu me sento no chão para chorar e imagino quantas reviravoltas dão nas sepultura os restos mortais de Michelangelo e Da Vince, só para citar os mais famosos.

      Mas, deixemos a arte renascentista para focalizarmos as bundas nos dias atuais. Fico a imaginar com que magnitude seria estas obras, tanto na escultura, quanto na pintura, se estes famosos artistas tivessem conhecido e tido, como modelo, a bunda da mulher brasileira que, diga-se de passagem, já são famosas em todo o mundo e tornou-se objeto de atração e admiração do nosso calendário turístico.

      O povo norte-americano de um modo geral, e o homem, em especial, tornou-se famoso pelo seu mau gosto. E tal mau gosto se reflete na maneira de vestir, de se alimentar e de apreciar o corpo da mulher. Enquanto o americano do norte aprecia a mulher magra, excessivamente esbelta, o homem brasileiro prefere as mais carnudinhas e bem distribuídas. Enquanto o seio da mulher tornou-se a parte do corpo feminino que mais atrai e provoca sua libido, a bunda provoca a maior volúpia ao brasileiro. O saudoso cronista Stanislaw Ponte Preta, assim como o também saudoso e famoso produtor musical Sargenteli, tanto sabiam disso que, enquanto o primeiro elegia as mais belas bundas do ano, o outro ganhava dinheiro apresentando seu famoso show com esculturais mulatas.

      Para realçar o mau gosto do homem norte-americano, é bom frisar que sua fixação pelo seio feminino jamais objetivou suas belas formas e seus esculturais traçados. Para eles o que importa é a fartura. Quanto maiores, e não importa o formato, mais provocam sua libido. Talvez isso se dê por um fator traumático, proveniente da infância mal alimentada pelo seio materno em seus primeiros anos de vida. O seio da mulher, para o brasileiro, também é motivo de admiração, porém nunca foi o tamanho que lhe importou. Por exemplo: o seio de formato de pêra, ou de manga espada, tanto pode ser volumoso, quanto pequeno, dede que não seja flácido e caído. Seu bico deve evidenciar um certo orgulho, ereto e olhando sempre para cima.

      Mas, deixemos os seios de lado e voltemos a focalizar a bunda que é o tema desta matéria. Para mim, a bunda sempre teve uma importância vital. Sempre em minha literatura, principalmente tratando-se de crônica, conto ou peça teatral, costumo citar a palavra “bunda”. Não só pelo que ela representa pela força da imagem, como pela sonoridade da palavra. A bunda sempre foi para mim um elemento literalmente forte.

      Como turista observador, conheci alguns países: Estados Unidos, Argentina, Uruguai e Paraguai. Bundas bonitas, bem traçadas e provocantes existem em qualquer parte de nosso planeta, porém, no Brasil, não só pontificam com são abundantes! Conheci também quase todos os estados de nossa federação e posso garantir que foi no Rio de Janeiro, em Porto Alegra, em Salvador e em Vitória do Espírito Santo onde encontrei, em termos proporcionais, as mais belas mulheres brasileiras. Mas, como o nosso assunto trata exclusivamente da beleza da bunda de nossa mulher, posso afirmar, sem medo de errar, que não existe outra cidade em nosso país como Petrópolis, onde esta parte da anatomia feminina se destaca pela quantidade e pelo formato escultural. Não sei se é efeito da água, ou das ladeiras. O fato é que passeando pela Rua do Imperador, ou 16 de Março, por exemplo, vira e mexe sou acometido por um torcicolo, diante de tão provocador desfile. Costumo parar para apreciar melhor e acabo esquecendo do que estou fazendo na rua. E quando vejo uma bunda chapada, do tipo traseira de  Kombi, o que é raro, diga-se de passagem, sinto um impulso de perguntar de onde ela é e se está na cidade apenas como turista. Petropolitana é que não é.

      Apesar de minha idade avançada, continuo a manter uma boa vista e bom poder de observação. Sei que vou morrer admirando uma bela bunda de mulher e com uma imensa frustração: a de não ter vindo morar em Petrópolis na minha adolescência e mocidade, quando então não seria apenas uma fugaz, como etérea admiração. Bem mais que isso.





Os Bastidores de uma Conspiração Secreta no Vaticano
 
    Segundo analistas das políticas do Vaticano, o Papa Bento XVI foi dominado e teve seu Pontificado sob controle de um complô de Cardeais, em típicas práticas de conspiração.
    Uma Cúria ambiciosa e hipócrita fomentava delações, traições, operações e manobras de privilégios, frente Instituições religiosas. As finanças do Vaticano e contas da Santa Sé viraram um labirinto de corrupção e lavagem de dinheiro que chegou até a envolver a Máfia Italiana.
    Suas origens remontam ao final dos anos 80, quando a justiça italiana emitiu uma ordem de prisão contra o Arcebispo norte americano Paul Marcinkus, o chamado Banqueiro de Deus, que no tempo de João Paulo II, era responsável pelos investimentos do Vaticano. Dois anos após estourar tal escândalo, Roberto Calvi, Presidente do Banco Ambrosiano, é encontrado enforcado com o corpo pendurado numa ponte em Londres, num suposto suicídio, embora não se descarte a possibilidade de um assassinato, numa típica operação de “queima de arquivo”.
    Esses fatos expuseram uma imensa trama de corrupção que incluía além do Banco Ambrosiano, uma Loja Maçônica, conhecida pela sigla P-2 e o IOR de Marcinkus, que fazia a gestão financeira, com operações ilícitas e secretas de lavagem de dinheiro, que tinha até envolvimento com Matteo Messina, o poderoso chefe da Cosa Nostra siciliana, em depósitos por meio de laranjas.
    Joseph Ratzinger ao suceder João Paulo II, recebeu de legado, essa herança. Sua política seguiu uma doutrina ortodoxa e pragmática, de natureza conservadora e reacionária ao redigir e promulgar vários textos religiosos, condenando a Teologia da Libertação.
    Responsável pelo texto Evangelium Vitae e o Splendor Veritas, juntamente com Wojtyla, de visão e cunho reacionário da Igreja sobre questões políticas, sociais e científicas, que colocava a Igreja em virtual descompasso com o mundo moderno. Tais doutrinas remetiam a Igreja ao atraso da Idade Média.
    Na época, a Igreja chegou a ter correntes ultrarreacionárias de natureza fascista, encabeçada pelo Monsenhor Levébvre, que legitimou no seio da Igreja, políticas retrógradas de ultradireita das ditaduras de Pinochet e Videla.
    Além disso, no seu Pontificado, a Igreja se manteve silente, acobertando inúmeros escândalos de naturezas sexuais de padres que praticavam a pedofilia, cabendo no caso, a expulsão e excomunhão de tais religiosos e sua entrega à justiça comum, para julgamento por prática de um crime hediondo.
    Quando vazou para a mídia mundial, os informes elaborados por um grupo de Cardeais, de vocações leais ao Papa, de que o Vaticano era um abismo de corrupção, finanças obscuras e disputa de poder, a Cúria, contratou um membro da Prelazia Opus Dei e ex-integrante da Agência Reuters, da Revista Time e da Cadeia Fox, Greg Burke, para mudar e melhorar a imagem completamente deteriorada do Vaticano.
    A divulgação dos documentos secretos, que foi operada pelo mordomo do Papa, Paolo Gabriele, continha provas documentais comprometedoras do poderoso Secretário de Estado, Tarcísio Bertone, envolvido numa conspiração para levar Bento XVI à renúncia e colocar em seu lugar, um italiano. Essa luta interna de traição e manobras em curso, os chamados Vatiléaks, jogou por terra a tarefa confiada a Greg Burke, de recuperar e melhorar a imagem do Vaticano.
    O Papa em certo momento tornou-se reticente, temeroso e totalmente fraco, para enfrentar tal dominação.
    Operações fraudulentas e corrupção no Banco Ambrosiano do Vaticano, escândalos sexuais de padres pedófilos, as conspirações da Cúria, a divulgação de documentos secretos, as dificuldades no exercício de seu Pontificado, mais do que contendas teológicas, deterioraram a imagem da Igreja, comprometendo a ética e a moral de sua hierarquia. Esses fatos e elementos, atuando nos bastidores de uma conspiração secreta, contribuíram e foram talvez os motivos da renúncia de Bento XVI.
 
 
Almir Tosta, escritor e pesquisador.
 

Um comentário:

  1. Uau!
    Infelizmente, muitas pessoas preferem não se informar sobre essas coisas. Optam pela cegueira. É mais fácil viver assim. Isso acontece em outros "setores" da vida, como por exemplo, partidos políticos etc.
    Muito bom o texto que além de esclarecedor é corajoso.
    Vim visitar a convite da nossa querida Miriam.
    Abraços!

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