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Não existe faculdade para a formação de “BABACAS”, nem
mesmo os tais cursos especializados. E faz o maior sentido, porque, afinal de
contas, IDIOTA não é profissão. O idiota é um autodidata, é uma opção. Eu tenho
pavor do assassino, tenho temor do ladrão, tenho repulsa pelo corrupto, tenho
nojo do flanelinha, me apiedo do analfabeto, mas, pelo idiota sinto o maior
desprezo. Ele me irrita. Porém, o que seria de quem sabe se comunicar e usar o
precioso tempo da vida, sem os “idiotas”? O mundo se transforma, de século a
século, de ano a ano, de mês a mês, de semana a semana, e, ultimamente, de dia para
dia numa velocidade espantosa! 
Jurema,
ao acordar, fez tudo o que estava acostumada a fazer. Sempre foi muito
metódica. Bebeu um copo d´água, em jejum, que deixara de véspera sobre a
mesinha de cabeceira. Espreguiçou-se e esfregou os olhos com as costas das
mãos. Benzeu-se e agradeceu a Deus por uma boa noite de sono e por um novo dia
a viver. No banheiro lavou o rosto, escovou os dentes e passou uma escova nos
cabelos. Foi aí que não reconheceu a imagem que viu através do espelho. Aquele
rosto não poderia ser o dela. Parecido, talvez. As olheiras estavam fundas, como
se tivesse tido uma noite mal dormida e os olhos inflamados como se tivesse
chorado a noite inteira. Não lembrou de ter tido pesadelo. Preocupou-se.
Deus colocou Adão no paraíso. Preocupado com seu
isolamento e possível solidão, criou, de uma das costelas de seu primeiro
personagem, Eva, para ser sua companheira. Foi à primeira história que conheci
nas aulas de catecismo. Em minha adolescência logo entendi que a mulher, em
suas diversas faces: mãe, amante, amiga e companheira, havia sido a maior
criação divina. Custei a entender foi o simbolismo sobre a maçã e a serpente.
Quanto ao réptil, traiçoeira por instinto, tudo bem, mas logo a maçã, uma das
frutas mais saudáveis, escolhida para explicar o pecado original! Porque não
uma jaca?
Próximo de
chegar aos oitenta anos, percebo que os primeiros setenta passaram de forma
muito rápida. Abro o álbum de fotografias e constato que todos os meus parentes
e melhores amigos já faleceram. Digo os melhores amigos, porque os melhores são
sempre os que já se foram e isto, por um simples motivo: não tenho mais como
revê-los. Passo em revista todos os cômodos da casa e concluam que as únicas
coisas que consegui amealhar com algum valor foram as experiências de vida. Que
ironia! Que tempo e com que disposição física terei eu para usar e me
beneficiar com tantas experiências adquiridas ao longo dos anos? Para que elas
irão me servir?
Quem
chega aos 77 anos sem que tenha bons momentos para recordar, é porque contou
tempo, mas não viveu. Felizmente, eu tenho inúmeros momentos interessantes e
não me importo que me chamem de saudosista. Desejo e espero que o leitor comece um novo ano com um breve sorriso.
Para isso, vou me reportar a um acontecimento verídico, ameno e jocoso ocorrido
na década de 80.